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Pílulas do dia seguinte: Com cara de post-season?

Joe Philbin perdeu o pai na sexta. Os jogadores lhe deram a maior vitória em anos para ele no domingo.
Eu, e muitos outros torcedores, tenho restrições a Joe Philbin, nosso Head Coach. Sua cara é quase a mesma, estando perdendo, ganhando e sendo destroçado... bom, não dá para dizer que sua cara era a mesma quando o time destroçava o adversário, porque até ontem o time nunca fizera isso. Até ontem...

Nosso Head Coach perdeu o pai na sexta. Não deve ser fácil presumo ( ainda tenho o meu ), mas ele ao fim da partida ( em vídeo no site do Miami ) deixou as emoções transbordarem. Natural. Ele recebeu permissão do time para ficar com a família até a sexta-feira neste momento de dificuldades familiares. Lembrando que ele já perdera um filho, logo depois de assinar com o Miami. E detalhe bom: ele agora está com 0.500 no comando do Miami ( 20 vitórias e derrotas ).

Ficou claro que o clima do time para a partida era o melhor possível. Todos estavam alegres e jogaram mais de 100%, doando-se ao máximo para dar uma alegria ao Coach Joe. E conseguiram isso com sobras. A última derrota que impusemos em alguém por zero pontos foi em 2006 e foi o Patriots, 21x0. Uma derrota por 37 pontos de diferente faz tanto tempo que eu nem sei quando foi, mas com certeza o Quarterback vestia o número 13...

Sobre a partida em si, não tem como destacar jogadores que vieram via draft: Reshad Jones, Jarvis Landry, Charles Clay, Olivier Vernon, Mike Pouncey e Ryan Tannehill. Curiosamente eles deram o tom da partida, cada um a sua maneira. Mas os nossos Free Agents também mandaram bem demais: Earl Mitchell, Cameron Wake, Mike Wallace e, sobretudo, Brent Grimes. Ele é de longe a melhor aquisição nossa desde Monster Wake chegou no Dolphins. Realmente, um achado em se tratando de Miami. A partida beirou a perfeição, mas nem por isso não tivemos problemas: Caleb Sturgis errou um Field Goal que, pra mim, não poderia errar. Não fez falta, é claro, mas em partidas apertadas pode ser a diferença entre vitória e derrota. Também fraca a produção de Brian Hartline, bem como a do jogo corrido, mas isso pode ficar amenizado por causa da atuação sólida de Tannehill. No mais, só algumas coberturas desastradas dos nossos LBs, mesmo que Koa Misi tenha voltado e até jogado bem... 

Abaixo, 5 pontos a serem observados com mais detalhes sobre o massacre de ontem:

1 - Secundária forte: Phillip Rivers parecia confuso por grande parte do jogo, mas isso teve tudo a ver com o modo como o Miami deu-lhe muitas coberturas diferentes. Reshad Jones atuando como Níquel ( quando você alinha 5 DBs ), com Michael Thomas e Louis Delmas atuando como Safeties foi uma delas. Esta formação foi usada quando Brent Grimes fez a sua primeira interceptação do jogo. Nós agora temos a segunda melhor secundária da Liga e ontem conseguimos três interceptações e permitimos apenas 128 jardas para um QB que era candidato ao prêmio de MVP. O que foi possível graças a um...

2 - Grande jogo da Linha Defensiva: Alguém viu o jogo corrido dos Chargers? Não né? Pois isso foi a chave, pois obrigou Phillip Rivers ir para o passe quase sempre, muitas vezes pressionado, o que por tabela facilitou demais o trabalho da secundária, tornando o jogo dos Bols unidimensional como se diz. Resultado disso foi que eles correram apenas 50 jardas e muito disso veio no chamado garbage time ( tempo de lixo ). O runningback novato Branden Oliver correu para apenas 19 jardas em 13 tentativas. E uma dessas tentativas foi de 11 jardas, no primeiro drive da partida.

Com essa mega atuação da DL, o time ficou tranquilo para marcar os pontos no ataque. Mas essa atuação foi muito mais do que brilhos isolados aos que estamos acostumados, foi uma aula de como um DL deve portar-se. Blitz, alinhamentos exóticos ( como dois DE's do mesmo lado ). Rivers foi sackado quatro vezes e cometeu um fumble. Mas isso vinha de todos os lados, de todas as maneiras. A pressão interior feita por Jared Odrick foi a base para a interceotação de Reshad Jones); A pressão externa feita por Olivier Vernon resultou na segunda interceptação, feita por Brent Grimes; E a ação de Derrick Shelby  deu a Grimes a sua segunda interceptação. A defesa anulou por completo San Diego e forçou quatro turnovers. Coordenador Defensivo, Kevin Coyle, fez uma chamado de jogo quase perfeita.

3 - Ataque extremamente eficiente: As duas primeiras campanhas do Dolphins na partida terminaram em Touchdowns. As sete primeiras posses resultaram em pontuação ou tentativa de Field Goal, de um total de 11 drives que o time teve na partida. Brandon Fields só apareceu na partida quando o terceiro quarto estava perto de acabar ( faltavam 3 minutos ). Contudo, se o time tivesse sido um pouco mais aplicado poderia ter passado facilmente dos 50 pontos. E nem pode-se falar que tirou o pé, pois chutou 3 Field Goals seguidos após fazer 14x0, sempre chegando na Red Zone ou muito perto dela...

Proteção foi ótima, mas Tannehill nem por isso limitou-se a ficar dentro do pocket, diversas vezes saiu dele para alongar a jogada, seja correndo ou para executar passes, como o Touchdown para Rishard Mathews. Tannehill também praticamente passou uma agulha entre os defensores para converter uma 3ª para 12 conectando com Mike Wallace. Às vezes, no ano passado, Tannehill parecia ter um olhar confuso, tímido e alheio com a bola em suas mãos. Ultimamente, porém, Tannehill parece confiante em tudo o que faz. Ele usa sua capacidade atlética para deixar o pocket quando a proteção se rompe ( que é onde o termo "alheio" costumava ser mais adequado ). Tannehill parece confiar em si mesmo e nas pessoas ao seu redor, levando a um mais sincronizado, eficiente e divertido ataque.

4 - O lance do jogo: A primeira posse de bola do Chargers na partida foi promissor. San Diego estava movendo-se no campo em 12 jogadas e chegou na marca das 22 jds. Após uma 3ª descida para 17 jds, o time conseguiu 16 jardas e ficou numa quarta para uma. E ai, arriscar ou não? Arriscaram e... um tal de Reshad Jones furou a OL e pegou no pé do RB, negando a conversão. Isso afetou demais a moral do Chargers e, claramente, elevou e muito a do Miami. Com a marcação do TD 13 jogadas depois, o jogo estava - por assim dizer - vencido.

5 - Grande vitória, mas o calendário será duro agora: Foi uma vitória emocional. Foi uma vitória da equipe. Foi uma vitória que, especialmente na esteira da tragédia pessoal de Joe Philbin, serve para unir uma equipe. Foi uma vitória que pode fazer a equipe acreditar em si mesma.

Agora, o Miami, venceu quatro dos últimos cinco jogos, deve levar este impulso em seus próximos jogos. Jogos fora de casa contra o Detroit Lions, que atualmente tem a melhor defesa da NFL ( bem como o seu ataque dinâmico ) e Denver Broncos ( uma das 3 melhores equipes da NFL com certeza ), bem como um jogo contra o Buffalo Bills em casa ( contra quem Joe Philbin tem uma única vitória e 4 derrotas!!! ). Estes são jogos difíceis contra equipes acima 0,500, mas se Miami jogar como eles fizeram no domingo, então todos eles são vencíveis, com a partida contra o Broncos sendo a mais complicada.

O Dolphins está com 5-3 na metade da temporada. Repetir esta mesma campanha na segunda metade, nos levaria a 10-6 e uma excelente chance de conseguir uma vaga na post-season. Lembrando que 11 equipes da AFC ( recorde na história da liga ) estão com mais vitórias do que derrotas, o que, em tese, tornará mais complicada a briga por vagas no Wild Card. Mas entre ficar de fora da post-season com 7-9 ou com 10-6 eu prefiro a segundo opção.

Sendo bem realista, eu diria que dá para fazer 2-1 nas próximas 3. Nas outras 5 temos como vencer Vikings, Jets ( duas vezes ) e Ravens. Isso seriam 11 vitórias. Sonho? Jogando com ontem, não. A questão é: o time consegue fazer em outras partidas? Veremos...

NOTAS:
  • Dolphins venceu os últimos três jogos por uma margem combinada de 64 pontos!!!
  • O retorno de Koa Misi, após lesão ajudou a solidificar a defesa contra o jogo corrido, que permitiu 176 jardas em 30 carregada pros Jaguars no domingo anterior.
  • Caleb Sturgis continua sendo inconsistente. Só eu sinto saudades do Dan Canperter?
  • Simplificando: Jarvis Landry é um talento e está - em ritmo acelerado, virando um Possession Receiver. Fintas espetaculares, velocidade, boas rotas...
  • Tempo de posse: 36:07 contra 23:53.
  • Os Dolphins teve 28 first downs. O Chargers teve 10.
  • Em jardas, o porque do massecre: 441-178.
  • Charger fizeram 03/11 em conversões de terceiras descidas. Sendo que duas foram no primeiro drive.
  • Coordenadores de Miami (Bill Lazor e Kevin Coyle) ambos fizeram excelente chamadas.

DECLARAÇÕES PÓS-JOGO:

  • "Sim, nós conversamos muito com eles. Nós ainda não estamos bem em tudo. Há um monte de de lances que poderiam ter sido executados melhor. Eu acho que eles têm mais confiança em si mesmos. Temos que provar isso, toda semana. Nós certamente temos um oponente desafiador ( Lions ) na próxima semana. " - Joe Philbin.
  • "Isto é incrível Todos nós sabíamos o que estava acontecendo com o treinador. Sabíamos o quão perto ele estava com o pai. Nós só queríamos realizar um bom jogo para o nosso treinador Jogar bem como fizemos foi excelente para ele, mostramos nossa dedicação por ele. Nós somos apenas gratos que nós poderíamos fazer algo pelo  nosso o treinador. " - Brent Grimes.

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