Esta é a primeira de uma série de análises sobre a "década perdida" do Miami ( toda quinta terá um texto sobre este assunto ). Esta década em que vivemos é apenas a pior da história do Dolphins. Apenas duas PS em 10 - contando que não iremos neste e pouco provavelmente no que vem - é o pior aproveitamento. Estas matérias visam mostrar aos jovens o porquê de estarmos nessa situação.
Dois fatos importantes desta década do Miami Dolphins:
1 - Primeira quinzena de Janeiro de 2001. Foi quando o tempo parou em Miami.
2 - Segunda quinzena de Abril de 2008. Será que o tempo voltará a andar??
A primeira data é de quando fomos para a Post-Season pela última vez. A segunda é deste período em que vivemos. Entre as duas passamos ainda alguns momentos de alguma felicidade, mas jogamos 128 jogos e vencemos apenas 61 ( 0,476 de aproveitamento ). Como uma franquia com a história do Miami pode fazer isso, logo após ter o maior QB de todos os tempos em suas fileiras por quase 20 anos?
Tudo começa ainda na era Marino. O nosso Front Office sempre pareceu meio preguiçoso, moroso, confiando que bastava o braço de Marino para irmos longe. E isso serviu por um tempo. Na década de 90, fomos a PS em oito anos, mas só jogamos uma final de AFC. Mas Flávio o que isso quer dizer?? Marino levava o time nas costas até um certo ponto, mas faltava ajuda, qualidade, jogadores com mais talento. Até 1995 o nosso Head Coach era o Hall of Fame Don Shula. Mas como com o maior vencedor dos técnicos da história da Liga, não jogamos uma final de Conferência?? Acomodação pode ser uma palavra útil.
Shula é uma espécie de iminência parda - tipo Johan Cruiiff para o Barcelona - e que tem um respeito quase incontestável. Com o passar dos anos, seus métodos e suas táticas ficaram ultrapassadas, mas como Marino em campo, as vitórias ainda assim apareciam. Flávio você está pondo culpa no Shula pela situação atual? Não, eu não sou louco. O que quero apontar é que o fato de ter o melhor técnico e o melhor QB, tiraram das costas de Huizenga e do FO a responsabilidade. O time era da elite, tinha duas das maiores estrelas da história da liga e isso deveria resolver.
Mas nada é tão simples assim. Com Marino e seu super braço, as defesa passaram a ler com mais facilidade o ataque: com pressão nele - Marino nunca foi rápido - e com excelentes CB e S era possível diminuir os estragos. Sem um jogo corrido eficiente, Marino tinha que soltar mais e mais bombas, se arriscando assim sempre mais e as Int´s sempre apareciam. Culpa de Marino? É claro que não. Mas aqui aparece uma culpa de Shula: arrumar alternativas. O Miami nunca conseguiu atrair bons Coordenadores Ofensivos, pois eles não aceitavam se subordinar ao métodos antiquados de Shula, por isso nosso OC normalmente eram ex-jogadores ou profissionais de pouca qualidade...
Quando finalmente Shula saiu, em 1995, veio Jimmy Jonhson que havia vencido 2 SB pelos Cowboys. Outro erro: sem estrutura - Shula trabalhava quase que sozinho - ele pouco pôde fazer. Mesmo assim, em três anos ele levou o time duas vezes para o Divisional Playoffs... Ele também foi o responsável por montar uma nova defesa ( Zach Thomas e Jason Taylor foram draftados sob sua batuta ), e por mudar o pensamento em Miami. Mudamos o foco: antes o ataque era forte, mas a defesa não. No fim dos anos 90 era o contrário, mas Marino ainda estava lá. Os problemas aconteceram depois de sua, prevísivel, aposentadoria...
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