Joe Philbin antendendo a imprensa. Todos os veículos que cobrem o Dolphins falam por uma boca só: ele é extremanente atencioso com todos os repórteres e alegre nas suas entrevistas. Nada do estilo mais, digamos assim, introspectivo da Era Sparano.
Joe Philbin em campo: perfeccionismo é a sua marca. Ele verifica tudo, analisa e confere. Todos os que permaneceram em Miami, falam de um clima diferente, melhor, mais agradável e leve. Este é Joe Philbin.
Miami Dolphins e Joe Philbin são como duas metades que se completam, pois ambos precisavam de um novo começo. Nós porque estamos a quase uma década sendo a piada da NFL ( até 2003 o time era considerado Contender ao Super Bowl ). Já Philbin por causa de uma tragédia familiar ( para quem não sabe, ele perdeu um filho que morreu afogado e que era usuário de drogas ). Agora essas metades estão unidas. Philbin tem uma carreira longa, quase que incompatível com os seus 50 anos, foi de quase tudo em termos de ataque pelos times por onde passou. No Packers começou como treinador de OL, depois passou a OC, mas em um ataque onde o HC é quem chamava as jogadas.
Agora ele é o nosso Head Coach, e é um homem experiente. Não custa lembrar que Tony Sparano era apenas treinador de OL no Cowboys e que sua carreira não contabilizava grandes trabalhos quando virou nosso Técnico. Já Philbin é o homem por trás do ataque do Packers campeão do Super Bowl e que fez de A-Rod MVP em 2011. Um time que não tem uma super estrela nem como RB e nem como WR mas teve um dos melhores ataques na temporada passada.
Mudar de ares ajuda a esquecer traumas, e os Philbin tem um pesado para esquecer. Mas ele trata do assunto com naturalidade até espantosa, não foge dele e diz que às vezes é mais fácil lutar com isso estando distante de Green Bay, onde ficou por 8 anos. Claro que o clima quente da Flórida deve ajudar e muito, mas ele deixa claro que o trauma está "sendo superado". Joe falou também que tinha sido assistente por mais de 10061 dias e que era hora de virar Head Coach, por isso ele aceitou vir treinar o Miami Dolphins.
Mas o que de fato significa treinar o Dolphins? É um time que está a 11 sem vencer uma partida de post-season ( Colts em 2002 - Temporada 2011 foi a última ), que teve 16 ( isso mesmo, 16!!! ) Quarterbacks starters desde que Dan Marino parou de jogar ao fim da temporada 1999, que tem até agora vendidos apenas 30000 ingressos para a temporada, o que significa uma queda de 50% com relação a uma década atrás e por uma franquia que nas últimas 5 temporada venceu apenas 32 partidas em 80. Essa é a equipe que Philbin vai assumir. E que terá, espero, o 17° QB em 13 temporadas. Uma franquia que foi rejeitada por Coachs de NCAA ( Harbaugh ), da NFL ( Fisher ) e por jogadores de porte na Liga ( Manning ). Uma equipe que tem um Dono que fala mais do que faz, um General Manager odiado pela torcida e que tem pouquíssimo respeito dos jogadores.
Para tudo isso, Philbin tem uma resposta: trabalho e mais trabalho. Ele se orgulha de sua capacidade de desenvolver jogadores e como os envolver no jogo. Ele tem outro trunfo com relação ao seu antecessor: montou sua equipe de treinadores com amigos de longa data ( Sherman-OC, Coyle-DC e O'Keefe-WR ), enquanto que Sparano ficou com os que Big Tuna indicara. Aliás o próprio Sparano fora indicação de Big Tuna. Philbin é uma escolha de Stephen Ross. Ou seria melhor dizer que Philbin foi quem aceitou trabalhar para Ross? O que sei é que ele tem ao seu lado pessoas de sua confiança e que sabem bem como ele trabalha.
O estilo Philbin de trabalhar foi, em parte, desvendado na quarta-feira quando ele passou parte do dia em reunião com o rookie Ryan Tannehill. Mas dessa reunião fizeram parte Mike Sherman ( OC ) e Zac Taylor ( assistente de QBs ), onde Philbin deixou claro que será um supervisor do desenvolvimento do QB, mas não o mentor. Esse papel, ele fez questão de ressaltar isso após a reunião, caberá ao treinador do setor, no caso Sherman, enquanto que Philbin se aterá ao que mais gosta de fazer: armar a OL, mas sem passar por cima do treinador do setor.
Ele, ao contrário do que parece, tem muita experiência e aprendeu bastante com a saída de Brett Favre do Packers em 2008. A postura do treinador Mike McCarthy no episódio foi um aprendizado e tanto para Joe. Ele disse durante essa semana ao comentar o caso: "faça o que você acredita e esqueça-se de toda a pressão externa. Se você der ouvidos a isso, não conseguirá fazer o seu melhor. Não me esqueço do quão ruins foram aqueles dias, da pressão nas ruas, as pessoas nos criticando e querendo Favre. McCarthy manteve-se firme e diante da "revolta" popular vencemos um SB e o time do Packers agora tem um QB pros próximos 10 anos".
Este é Joe Philbin. Um homem que trabalha duro, firme e com retidão. É um homem de família e de fé. Alias ele e sua família estão frenquentando uma igreja em Miami. E já estão "aclimatados". E Philbin disse que se emocionou ao ouvir de uma senhora de 70 anos na saída de um culto: "estive rezando por você a sua família".
É Philbin, bem vindo ao Dolphins. Bem vindo a Miami. E que essa nova atmosfera resulte em um time vencedor. Trabalho e fé não irão faltar.
Comentários
Tenho em dizer que vc escreveu uma excelente matéria, essa me deu até animo em assistir aos jogos do Dolphins esse ano e acreditar no trabalho de Philbin!!
Parabens!!
Estou vendo nossa OL voltar a ser top5 em 2012
espero que ele consiga melhorar o nosso status atual.