Pular para o conteúdo principal

First Down - O dia que mudou o rumo da era Sparano

Esta foto é do primeiro jogo dele em Miami: ele chegara na sexta e no sábado já estava na Sideline. Este dia mudou os rumos da Era Sparano.

Não existe uma receita 100% certa para montar um time vencedor na NFL, mas dentre as que deram certo todas passaram pela construção do time via draft. Três ou quatro drafts bem feitos costumam resultar em times vencedores. Se o time conseguir tornar-se vencedor após duas temporadas outras benesses virão, como veteranos ainda bons de bola querendo atuar pela sua equipe e assim por diante. Alguns ( poucos ) times conseguem ficar vencedores via Free Agency, preenchendo espaços, mas mesmo estas equipes terão que ter mais acertos em Drafts do que erros, porque do contrário os buracos serão tão grandes que não terá Free Agency/Trades capazes de cobri-los.

Foi com esse pensamento ( o de montar um time vencedor via Draft ) que Bill Parcells, vulgo Big Tuna, foi contratado no finzinho de 2007 ( nossa pior temporada ) com carta branca para impôr a sua filosofia. A épóca não era de conhecimento de ninguém, mas a sua contratação fora uma imposição de nosso atual Owner ( Stephen Ross ) a Wayne Huizenga, que estava em negociação para adquirir a franquia. Ele queria profissionalizar o time e acabar com erros e erros atrás dos outros desde que Wuizenga comprara o Miami dos filhos de Joe Robbie no fim dos anos 80. Parcells de fato impôs a sua filosofia. E o plano central era: organizar as linhas no primeiro ano, cobrir problemas na defesa no segundo e o ataque no terceiro.

Veio então o Draft de 2008, primeira prova de fogo da Era Parcells, que passarei a chamar de Era Sparano ( pois este ficou mais tempo em Miami, do que o primeiro ), depois de uma Free Agency tímida até demais ( mesmo que gente como Fasano tenha vindo nela, esperava-se mais ). E o time, de fato, investiu bastante para melhorar as linhas: Jake Long, Donald Thomas e Shawn Murphy vieram para OL e Philip Merling e Kendall Langford para a DL. No mais nenhuma grande peça, mas ainda buscamos entre os não draftados um tal de Davone Bess ( sim, ele mesmo, o que conseguiu aquela recepção espetacular diante do Bills para TD!! ). O plano seguia dentro do previsto e as apostar para a temporada era ficar entre os 10 do próximo draft.

Ai veio o dia 09 de Agosto. Neste dia Brett Favre conseguiu seu intento: ser trocado do Packers para outro time e o escolhido fora o NY Jets. Mas o que isso teve de tão grave para mudar o rumo de uma reconstrução? O QB Starter do Jets a época era Chad Pennington, que vinha de ( mais ) uma cirurgia delicada no ombro. Como acabara de contratar o "Iron Man" da NFL ( detém o maior número de partidas disputadas em sequência ), não fazia sentido algum manter o "joelho de vidro" no Depth e o time rapidamente cortou ele. Ai a história mostrou-se cruel: quem draftara Pennington pro Jets fora ninguém menos do que Bill Parcells!!!

Rapidamente entrou-se em contato com ele e Chad-P de prontidão assinou. Alguém pode dizer: Flávio, você está ficando louco? A contratação de Pennington foi o que possibilitou a única temporada vitoriosa em 10 anos? Como assim isso pode ter sido algo ruim?

Os questionamentos acima são pertinentes e entendo perfeitamente que os fizer. Mas é preciso pontuar que isso cortou a reconstrução no seu ínicio. Por mais que eu tenha ficado feliz com a temporada de 2008, não posso esquecer que por causa dela a reconstrução foi interrompida. E é fácil saber porquê: as escolhas no Draft de 2009 ( exceção as de Vontae Davis e Sean Smith ) foram feitas pensando em otimizar a maldita Wild Cat, sensação em 2008, mas que no fim da temporada já não era tão efetiva quando fora implementada ( surra histórica no Pats ). Podemos afirmar que a contratação de Pennington e a implantação da Wild Cat são responsáveis por Pat White ter sido draftado. Caso não tivessemos contratado Pennington, teríamos sofrido muito em 2008, mas em 2009 talvez um QB tivesse sido draftado ( um QB de verdade, pois Pat White não conta ) e hoje o tão sonhado FQB estivesse em Miami ( sei que para alguns ele está, mas espero que entendam que não pode-se afirmar que um Rookie seja - hoje - o FQB da equipe ). Além do mais a equipe não reforçou-se devidamente na defesa, não repôs certos buracos, pois a temporada de 2008 os encobrira. E Pennington se machucou na terceira partida, Henne assumiu e venceu 7 partidas em 13 ( desempenho satisfatório para um quase rookie ) e passamos a confiar nele para 2010...

Perdeu-se tempo precioso. Nesse meio tempo Bill Parcells picou a mula e o resto da história infelizmente todos nós sabemos. Aquele dia 09/08/2008 mudou o que poderia ter sido uma reconstrução bem feita. E que acabou ficando pelo caminho. Em outras palavras: passaram-se 5 anos e estamos na mesma situação, de um time fraco. É de chorar, não?


Comentários

Sempre quis saber os motivos do Miami estar mal assim, muito boa matéria. Miami me tirou o tesão do futebol americano, pois só vejo os jogos do Miami e ultimamente anda muito mal. O que me resta é esperar o Super Bowl
eu fiquei puto no draft de 2008 quando pegamos o Jake Long eu era a favor de Matt Ryan esse foi o erro do Dolphins precisando de QB foi atrás de um Tackle, ninguem vai tirar da minha cabeça que essa foi a cagada maior do Dolphins
Luiz Paulo disse…
Concordo plenamente com o Dan, Inadmissivel ter deixado o Ryan passar pra pegar o Long.

é muito mais complicado se encontrar um FQB do que um otimo tackle.
Flávio Vieira disse…
não acho que o Long tenha sido um erro. o problema é o que ( não ) veio depois. como disse na matéria faltou o complemento.
Derek Szabó disse…
Eu concordo com o Dan e o Luiz Paulo. Hoje temos um QB promissor mas que não é certeza que vai render. Mas aquele nosso LT que na atual temporada não é nem um dos 20 melhores.
Flávio Vieira disse…
se olharmos hoje, friamente, talvez eu mesmo preferisse o Ryan, aliás tb era adepto disso em 2007 - ainda durante a temporada do 1-15. Mas eu entendi a ideia: trazer um dos mais promissor LT da história recente, deixá-lo aprender na marra em 2008 e em 2009 draftar um QB para ele proteger. Este QB até hoje não chegou em Miami. Esse é o problema.
Nesse ponto eu vou discordar Flavio tivemos um QB que treinado melhor poderia ter rendido mais do que rendeu é ele mesmo o Henne no meu ponto de vista Henne era para ter seu primeiro jogo de starter na temporada passada e não em 2009 quando o Pennington se machucou infezlimente ele entrou numa fria e pagou o pato, o segundo é o Tannehill ele é bom e tem talento basta dar a ele bons alvos e uma proteção decente e claro experiencia mais pelo fato de novo de lesões podemos estar perdendo outro QB por entrar numa fogueira que o ideal era ter Tannehill de starter só em 2014. Infezlimente ss lesões vem ferrando com a evoluçãos dos nossos QBs.

Sim eu critiquei muito o Henne mais no começo eu era a favor dele só que deu azar de entrar precoce na liga como entrou o Tannehill, eu acredito que Henne ficando 3 anos no banco pegando experiencia poderia render bem mais do que rendeu e com Tannehill meu medo é o mesmo essa posição de starter precoce pode acabar com o futuro de Tannehill no Miami como acabou com o de Henne.

Postagens mais visitadas deste blog

Chris Grier viveu seu dia de Sonny Weaver Jr

Melhor momento do filme... Grier ficou assim hoje.   Sonny Weaver JR. Se o amigo leitor não sabe quem seja, é o cara da foto, personagem interpretado - com Maestria, diga-se - por Kevin Costner em Draft Day. filme de 2014. Nele, Sonny é General Manager do Cleveland Browns e faz uma troca louca, mas no final do filme ele dá a volta por cima e posiciona os Browns como um Super Contender. Filme faz parte do catálogo da Amazon Prime e eu super recomendo. Feito este preâmbulo, foi mais ou menos o que viveu Chris Grier hoje. Ele chocou a todos ao assaltar os Niners, trocando a escolha 3 pela 12 de San Francisco, mais a 1ª de 2022 e a de 2023, além da 3ª deste ano. Um puta de um assalto nos Niners. Isso já seria ótimo, mas - assim como no filme - teve mais... Menos de meia hora depois, Grier trocou a nossa escolha de 2022 ( e não a dos Niners ) e inversão das escolhas de quarto e quinto deste ano com os Eagles, pela Pick 6. Com este segundo movimento, Grier posiciona os Dolphins em posição de

Miami vence Pats e mantém chances de post-season

Não vi o jogo. Dia de eleições eu fico focado em ajudar o meu grupo político, em Salgueiro, que venceu. Mas pulemos esta parte. Vencer é sempre bom e importante, mas essa de Miami ontem tem vários significados. Apagar parte da tragédia de segunda contra os Titans. Sim, eu fiquei tão puto com o MNF que não fiz mais posts e até falei de largar a franquia. Então, vencer um rival de divisão sempre é a melhor cura para um vexame. Foi o caso.  Manter-se vivo na temporada. Com 1-4 tchau post-season e esse era o risco. Vencer e ficar com 2-3, com a Bye Week e depois uma partida contra um instável Colts parece até um sonho diante do que passamos desde o começo da partida contra os Bills em casa. Derrotar um rival. Fundamental afundar um rival quando se está em vias de afundar-se Então, porque não vencer dá moral ao rival. Com isso, freguesia renovada. Agora é ver o que McDaniel - que segundo amigos chamou um bom jogo - prepara para a partida contra os Colts, fora de casa. E ai, se tudo der cert

Pílulas do Dia Seguinte: E o buraco realmente é bem mais embaixo

Todos queriam algo diferente em Seatle, sabe-se lá como mas queriam. Mas o que se viu em campo - ou seria melhor dizer "não se viu"? - foi terrível. Nem parece que o time teve mais do que uma semana para se preparar para a viagem até a Costa Oeste, quase no limite com o Canadá. Era como se tivéssemos jogando o MNF e a semana tivesse sido super curta. Aqui vem o primeiro choque de realidade: não temos um Coach capaz de superar adversidades. Triste constatação que não pode mais ser ocultada. Mike McDaniel é o que Anthony Curti chama, se referindo à Dak Prescott QB dos Cowboys, Coach do Conforto. Quando tudo está a favor, ele é um dos melhores da Liga. Mas quando não está... seguramente fica entre os piores. E é óbvio que qualquer Head Coach terá mais momentos adversos do que favoráveis nas partidas, porque do outro lado estão outros grandes HCs. Ele não consegue reverter nada e isso já está bem chato. Adiante... O time entrou em campo como se Skylar Thompson fosse o Tua 2.0. O