Pular para o conteúdo principal

Sentimentos entranhos perseguem-me nesses dias...

A atuação foi boa, o adversário é fraco, a foto é ótima, mas falto algo ainda...

Sabem o que é mais inacreditável nesta ( mais uma ) temporada de reconstrução? O fato de ainda termos chance de post-season. Mas eu acho que existe algo ainda mais inacreditável: é que muitos acreditam nisso. E posso ir além no inacreditável: muitos creditam isso a Ryan Tannehill. Antes de prosseguir uma informação que acho valiosa: não irei tornar este post uma discussão sem fim se Tannehill é ou não a solução. Eu tenho certeza que não é, muitos acham que é. Então cada um que fique com as suas convicções, certo?

Porque é inacreditável atribuir a Ryan Tannehill o feito de o time ainda estar brigando pela post-season? Pelo simples fato de que se formos, iremos APESAR DE e não POR CAUSA DE. Quando a temporada começou ninguém em sã consciência apontaria o Miami como candidato a post-season. Eu por exemplo sequer cogitei tal possibilidade e o arquivo do Blog está ai para não me deixar mentir. E não se cogitava isso simplesmente porque era utópico pensar nisso antes da temporada. Mas eis que, mesmo com um rookie de QB, o time chegou a partida que marca o meio da temporada com recorde de 4-3 ( com duas derrotas que com um pouco mais de qualidade teriam virado vitórias ) e sendo, naquele momento, o Seed 5 da AFC. Santo Deus, o time totalmente desacreditado era, surpreendentemente, um candidato a post-season. Era a realidade do momento. E era um 4-3 que poderia, e deveria, ser um 6-1. Aqui as opiniões dividem-se sobre porque o time não vencera Jets e Cards, mas uma certeza une a todos: estas duas partidas o time perdeu pra si mesmo, não pro rival.

Mas voltemos ao momento da Semana 8: o time era o Seed 5 da AFC e ia enfrentar, o na época, Seed 6. Jogo entre dois dos QBs Rookies do Top Ten do Draft ( o outro é o RGIII ), dos que até então, segundo alguns, eram os mais promissores advindos da NCAA. Era a partida da afirmação. Eis que perdemos o jogo, mais um, tomando uma virada. Um rookie, de fato, brilhou naquele dia no Lucas Oil, mas ele vestia azul, não branco. Aqui a temporada do Dolphins, de fato, dividiu-se em duas.

Depois vieram mais duas derrotas. Mas não foram derrotas simples contra times fortes ( coisa que o Colts transformou-se naquele dia no Lucas Oil na Week 8 ), foram para times que são, hoje, piores do que nós. E pior: uma delas foi a pior surra em casa desde 1968!!! A outra foi uma derrota pro Bills. Esse mesmo Bills que ontem tomou 50 pontos do Seahawks. Mas ai veio a partida contra este mesmo Seahawks, e eis que Ryan Tannehill e cia ( é bom dar méritos pra todos ) resolveram conseguir uma virada na temporada ( e até agora única ) e com dois Tds no quarto período vimos nosso Rookie colocar em sua estatísticas uma virada, esta aplicada. Porém a seguência era ingrata e perdemos pra Pats e Niners. Derrotas esperadas, mas que vendemos caro. Mas até isso é engraçado: em ambas, com mais talento, poderiam ter virado vitórias. Ambas as equipes, em certo momento da partida, pediram pra perder. Mas não conseguimos.

Ai, ontem, recembemos o Jaguars. A equipe que consegue ser pior do que nós desde Janeiro de 2000, quando nos aplicou um sonoro 62x7(!!!) na despedida de Dan Marino. Os Jaguars, pra quem não sabe, está pior do que nós em vitórias desde 2001. É, isso mesmo, existe time pior do que nós. E o time deles faz uma temporada tão ruim que um refugo nosso ( Henne ) é considerado melhora significativa por lá. Mas ontem e hoje, diversos torcedores do Miami estão - como direi - mais esperançados pela vitória e pela ( de fato, boa ) atuação de Ryan Tannehill ontem: 22/28 mais de 200 jardas, 2 Tds sem interceptação. Boa atuação repito e trago outro dado: a última interceptação dele já está longe, foi no primeiro quarto diante do Seahawks. Isso mesmo, a quase 4 jogos que ele não lança uma interceptação e isso tendo enfrentado Niners e Pats ( que ontem fizeram o melhor jogo em anos, que eu tenha visto ). É animador? Sim, é. Mas nem tanto. Devagar com andor, diria minha mãe.

Podemos sonhar com post-season? A Matemática fria diz que sim, mas alguém realmente vê este time vencendo o Pats em Foxborough? Tudo bem que se for o Pats do primeiro tempo de ontem daria, mas eles são na verdade o time do segundo tempo, que consegue empatar um jogo após estar perdendo por 28 pontos!!! Sabem qual foi a última vez em que fizemos isso? Eu não sei...

Prefiro, e digo isso de coração, não ir pra post-season e vencer o Bills ( obrigação ) e desperdi-me de 2012 com dignidade no Gillete Stadim, até porque assim teremos uma melhor posição no Draft. E pensar em 2013. Na verdade, nem em 2013 em si, mas em dias melhores, que tenham certeza ainda não devem aparecer em 2013, não porque eu não acredite em Ryan, mas porque times vencedores não são montados do dia pra noite e é preciso entrosar as peças. E a nossa, talvez, maior necessidade leva tempo pra render: WR talvez seja a posição onde a transição da NCAA pra NFL é mais complexa, pois os playbooks da Universidades costumam ser mais simples e porque os DBs da NFL são bem melhores do que os da NCAA.

Tenho sido perseguido por estes sentimentos estranhos, de não querer que o time vá pra post-season, de querer estar errado quanto ao Ryan ( e quero estar ), de estar sendo chato ao insistir com meu pensamento, que já é tachado de chato normalmente, de estar remando contra a maré... 

Mas eu me sentia assim com relação a TGJ, e deu no que ( não ) deu. E fiquei esperançoso demais com a era Sparano, e igualmente deu no que ( não ) deu . E me dei muito mal isso. Tinha dias em que eu nem queria abrir a internet, acessar um fórum, quanto mais fazer um post. Talvez por isso eu tenha ficado ressentido e com medo de criar uma falsa expectativa e que o tempo e a realidade se mostrassem tenebrosas, terríveis.  Totalmente o oposto do sonho, da esperança, da vontade de ver o time vencedor novamente. Talvez seja isso, medo de me machucar outra vez, de ver mais uma reconstrução dando em nada, de ver mais picks perdidas, de permanecer sendo por mais anos ( e quanto tempo mais ) uma piada para outros torcedores. 

Mas é como me sinto. E se querem saber, eu não me sinto nada bem com isso...

Comentários

Luiz Paulo disse…
Bem Flávio, só para que fique claro, eu não tenho experanças de ir para os playoffs, e nem quero que vá, pra mim os anos chave vão ser 2013 e 2014.

Na pagina do Facebook o que queria deixar de opinião é que Tannehill pode ser o QB que a gente estava esperando, veja bem eu disse PODE, ele mostrou(como toda equipe) momentos de grandesa, logigo que longe de RGIII, Luck e Wilson, mas se colocarmos no papel, o time dos 3 é bem superior ao nosso.

Então acredito que ano que vem sim, o Dolphins pode vir como playoff contender, caso contrario, já pode se pensar em rever a escolha do Tannehill...
Unknown disse…
A combinação que nos põe nos playoff´s é bem complicada e depende de dos resultados bem improváveis...

A nossa vitória contra o Patriots lá e a tão improvável quanto vitória do Browns contra o Steelers.

Tudo isso para nem sair de Boston e jogar contra os PAtriots lá novamente uma semana depois... É literalmente o raio cair duas vezes no mesmo lugar...

Flávio, me tire uma dúvida. Vc não acredita no Tannehill. O que fazer se a reestrturação do time der razoavelmente certo e simplesmente esbarrar numa suposta falta de talento dele ??

É possível draftar algum QB na 1ºrodada numa posição entre 18º e 24º, por exemplo ?? Ou o caminho é buscar em uma eventual FA ??


RFIALHO disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
RFIALHO disse…
Tannehill tá na votação do "rookie of the week" mais uma vez no nfl.com

Se não me engano é a 6 vez na temporada
Flávio Vieira disse…
sexta? isso é um dado interessante. quantas ele venceu?

pergunto pq eu não sei...

Postagens mais visitadas deste blog

Chris Grier viveu seu dia de Sonny Weaver Jr

Melhor momento do filme... Grier ficou assim hoje.   Sonny Weaver JR. Se o amigo leitor não sabe quem seja, é o cara da foto, personagem interpretado - com Maestria, diga-se - por Kevin Costner em Draft Day. filme de 2014. Nele, Sonny é General Manager do Cleveland Browns e faz uma troca louca, mas no final do filme ele dá a volta por cima e posiciona os Browns como um Super Contender. Filme faz parte do catálogo da Amazon Prime e eu super recomendo. Feito este preâmbulo, foi mais ou menos o que viveu Chris Grier hoje. Ele chocou a todos ao assaltar os Niners, trocando a escolha 3 pela 12 de San Francisco, mais a 1ª de 2022 e a de 2023, além da 3ª deste ano. Um puta de um assalto nos Niners. Isso já seria ótimo, mas - assim como no filme - teve mais... Menos de meia hora depois, Grier trocou a nossa escolha de 2022 ( e não a dos Niners ) e inversão das escolhas de quarto e quinto deste ano com os Eagles, pela Pick 6. Com este segundo movimento, Grier posiciona os Dolphins em posição de

Miami vence Pats e mantém chances de post-season

Não vi o jogo. Dia de eleições eu fico focado em ajudar o meu grupo político, em Salgueiro, que venceu. Mas pulemos esta parte. Vencer é sempre bom e importante, mas essa de Miami ontem tem vários significados. Apagar parte da tragédia de segunda contra os Titans. Sim, eu fiquei tão puto com o MNF que não fiz mais posts e até falei de largar a franquia. Então, vencer um rival de divisão sempre é a melhor cura para um vexame. Foi o caso.  Manter-se vivo na temporada. Com 1-4 tchau post-season e esse era o risco. Vencer e ficar com 2-3, com a Bye Week e depois uma partida contra um instável Colts parece até um sonho diante do que passamos desde o começo da partida contra os Bills em casa. Derrotar um rival. Fundamental afundar um rival quando se está em vias de afundar-se Então, porque não vencer dá moral ao rival. Com isso, freguesia renovada. Agora é ver o que McDaniel - que segundo amigos chamou um bom jogo - prepara para a partida contra os Colts, fora de casa. E ai, se tudo der cert

Pílulas do Dia Seguinte: E o buraco realmente é bem mais embaixo

Todos queriam algo diferente em Seatle, sabe-se lá como mas queriam. Mas o que se viu em campo - ou seria melhor dizer "não se viu"? - foi terrível. Nem parece que o time teve mais do que uma semana para se preparar para a viagem até a Costa Oeste, quase no limite com o Canadá. Era como se tivéssemos jogando o MNF e a semana tivesse sido super curta. Aqui vem o primeiro choque de realidade: não temos um Coach capaz de superar adversidades. Triste constatação que não pode mais ser ocultada. Mike McDaniel é o que Anthony Curti chama, se referindo à Dak Prescott QB dos Cowboys, Coach do Conforto. Quando tudo está a favor, ele é um dos melhores da Liga. Mas quando não está... seguramente fica entre os piores. E é óbvio que qualquer Head Coach terá mais momentos adversos do que favoráveis nas partidas, porque do outro lado estão outros grandes HCs. Ele não consegue reverter nada e isso já está bem chato. Adiante... O time entrou em campo como se Skylar Thompson fosse o Tua 2.0. O