Será ele o elo que faltava para termos uma defesa Top 5? Leiam e entendam o papel dele nesse processo... |
Nosso time fez um barulho e
tanto neste off-season, na sua reconstrução do time. Jeff Ireland fez movimentos
ousados, trocou experiência por juventude, pagando menos por isso. No não foi
diferente, tendo feito – possivelmente – o negócio do Draft, ao subir nove
posições e escolhendo o jogador de Oregon, Dion Jordan. Considerado por muitos
como o melhor pass-rush do Draft, Jordan foi o jogador que Jeff Ireland disse
que não iria perder. E ele cumpriu a promessa no Draft.
Mas como essas novas peças
entrarão em campo durante o ano? Qual é a ideia por trás dessas ações de
Ireland? Como Kevin Coyle irá usar tantos novatos em um sistema híbrido? São
perguntas que todos queremos saber as respostas...
Miami mudou para o sistema 3-4
em 2008, após sempre ter usado o 4-3. Acontece que faltaram peças e o sistema
ficou pelo caminho. Em 2012voltamos a jogar no 4-3. Acontece que Dion Jordan
tem mais “cara” de um OLB em 3-4 do que um DE de 4-e, devido ao seu tamanho. Ele
é alto, mas leve demais para ser um DE no 4-3 e quando você olha para ele, ele
não parece ser grande o suficiente para isso. Sendo assim ele já deveria ter entrado
na sala de musculação e adicionado peso e massa muscular. Mas ele fez uma
cirurgia no ombro e só poderá começar este trabalho 4 meses depois do que
deveria ter feito. Além disso, existe um outro problema: quanto de massa e peso
ele poderá ganhar sem perder sua velocidade, acima do normal? Da resolução desta
equação, dependerá o quão longe ele irá na carreira.
Eu, assim como muitos
analistas, pensei que a escolha de Jordan poderia sinalizar que o time voltaria
para o 3-4, ficando ele e Wake como OLBs e Odrick e Starks como DE. No entanto,
isso me fez pensar sobre como a defesa de Miami pode ser nesta temporada e nas demais.
Então eu pensei que eu iria dar uma olhada na possibilidade de Miami voltar
para o 3-4. Quanto mais eu pensava sobre isso, mais a idéia de usar uma defesa
híbrida, com várias opções fazia cada vez mais sentido.
Pra começo de conversa, não
mais do que 3 equipes usam apenas um dos esquema sempre, em todos os snaps. A
maioria das equipes usa sistemas híbridos onde a defesa molda-se ao ataque
adversário ao longo do jogo. Nesta temporada eu acho que Miami pode estar
usando um sistema híbrido, a fim de maximizar o talento do front seven,
incluindo Jordan no campo. Afinal seria um desperdício absurdo de pick, draftar
um jogador na pick 3 geral, e deixa-lo para entrar em campo no máximo umas 10
vezes por jogo. Isso é surreal. Nós temos como mudar de snap para snap e dentro
da mesma jogada, a depender do que o capitão ( Wake ) ler do ataque.
Jogando no 3-4
O Dolphins ainda têm
remanescentes do sistema 3-4: Randy Starks, Paul Soliai e Jared Odrick têm a
experiência e talento para formar uma linha defensiva devastador no 3-4. Soliai
pode desempenhar o 1-tech muito bem. Soliai é melhor quando ele pode pegar uma
brecha e avançar ( este é também é o que faz dele um eficaz jogador de 4-3).
Starks e Odrick são ideais 5-techs contra o jogo corrido, mas podem gerar pressão
nos QBs a partir das extremidades do sistema 3-4. A questão para o sistema
render é a profundidade do elenco. Miami assinou Vaughn Martin, que tem experiência como DE 3-4.
Kheeston Randall poderia jogar tanto no nariz ou no final, mas é inexperiente e
não se sabe se ele seria eficaz no 3-4. Mas, para os iniciantes, Miami está em
boa forma.
Os linebackers são um grupo
bastante sólido. Os Outside Linebackers seriam Cameron Wake, Olivier Vernon, e,
claro, Dion Jordan. Os Inside Linebackers provavelmente seriam as novas adições:
Philip Wheeler e Dannell Ellerbe. Koa Misi e o estreante Jelani Jenkins seriam
a profundidade na posição, com Misi sendo o versátil linebacker que pode jogar
OLB ou ILB. Jenkins poderia facilmente atuar como ILB, mas poderia ser usado em
algumas situações de cobertura. Austin Spitler ficaria como depth tanto para
OLB ou ILB.
Jogando no 4-3
Já estamos familiarizados com
este esquema, uma vez que jogamos nele na última temporada 4-3. Na linha
defensiva, Cameron Wake é o DE esquerdo. Paul Soliai faz o 1-tech e Randy Starks
o 3-tech. Jared Odrick, Olivier Vernon e Dion Jordan fariam a disputa pelo o
posto de DE direito. Agora Odrick está em vantagem, com Vernon em segundo
lugar. Se Jordan conseguir ganhar massa muscular sem perder velocidade, ele
estará na luta para ser Starter.
Entre os Linebackers, Phillip Wheeler
e Jelani Jenkins seriam os outsides. Dannell Ellerbe deve ser o Midle
Linebacker. Já Koa Misi poderia revezar-se entre as duas situações.
Situações
Quando eu olho para a tabela
de jogos do Dolphins, o primeiro jogo faria todo o sentido usarmos o 3-4. O
Browns vai tentar desde o começo estabelecer o jogo corrido com Trent
Richardson. O Miami pode usar mais 3-4, a fim de parar Richardson e isolar os pass-rushers,
deixando-os mais liberados para atacar o QB adversário. O Browns tem o melhor Left
Tackle em Joe Thomas. Apesar de nossas esperanças com Dion Jordan, ele não vai
ganhar muitos snaps nesta primeira partida, ainda mais diante do melhor Tackle
da NFL. Usando mais a 3-4 daremos poderíamos dar uma chance extra a Vernon e
Jordan porque Odrick ou Starks criariam oportunidades para eles (muito parecido
com Justin Smith faz para Aldon Smith em San Francisco). Soliai iria comandar a
equipe pelo meio, Odrick e Starks poderiam forçar a equipe nas extremidades,
deixando os rushers com espaços para “atingir” Brandon Weeden.
O jogo seguinte é contra o
Colts e todos sabemos bem quem é o QB deles, portanto eles não irão correr com
a bola e sim, obviamente passa-la. Dado que a linha ofensiva de Indy é uma
preocupação menor do que a do Browns, o esquema 4-3, provavelmente, seria o
melhor. Os Defensive Tackles podem gerar pressão suficiente, deixando mais
fácil o trabalho de Wake e companhia. Jordan não estará enfrentando um tackle
de elite e poderia conseguir passar pelos OLs do Colts, assim como Vernon. Uma
constante no sistema 4-3 faria mais sentido nesse jogo.
A criatividade
O Atlanta Falcons é um time
difícil de defender a partir de uma perspectiva de talento, sendo assim um híbrido
renderia – em tese - melhor. O Patriots por outro lado, tem complicações
especificas, pois usa TEs para fazerem rotas que em outros times caberiam a
WRs. E eles tem um tal de Tom Brady.. Suas táticas ofensivas não convencionais
torná-los difíceis de obter um bloqueio em defensivamente. É jogos contra
equipes como essa, onde os coordenadores defensivos quer usar vários esquemas
para supreender. Kevin Coyle, com a adição de alguns linebackers atléticos, tem
agora a necessária versatilidade que ele pode usar contra o Patriots. Ele pode
ser escalar três, quatro ou mesmo cinco homens na DL, dependendo do set
ofensivo. Ele pode usar uma DL com Wake, Starks, Odrick, Vernon e Jordan, se
quiser gerar pressão ou ter Jordan na cobertura contra os tight ends. Ele pode
misturar e combinar os linebackers para maximizar a cobertura e esquemas
blitzing. Ele pode usar um 3-4 em um jogo e mudar para um 4-3 na próxima. Ele
pode usar várias formações para tirar o conforto de Brady, obrigando-o a fazer
algo que não esteja acostumado, sair do pocket. Sem falar que ao poder usar
diversos sistemas usando diversos jogadores, o coordenador de ataque terá
também que sair da sua zona de conforto, dificultando pois o seu trabalho. Imaginem
como ficaria um Técnico de Futebol sem saber se o time rival vai atuar com 3, 4
ou 5 zagueiros/atacantes. Isso causa imprevisibilidade, algo que – acreditem –
vence partidas.
Considerações Finais
A escolha de Dion Jordan
começa a fazer sentido na medida em que tanto Coyle quanto Philbin falam em
usar um sistema híbrido entre 3-4 e o 4-3. Sendo assim, ele trouxe a defesa uma
versatilidade a mais, embora o setor já fosse versátil. Mas agora temos um
jogador que poderá atuar tanto como DE ( 4-3 ) ou OLB ( 3-4 ). Em vez de
executar um rigoroso 4-3, o Dolphins podem misturar e combinar diversas formações
e táticas frentes para ganhar uma vantagem. Miami pode maximizar o potencial do
novato por usá-lo em uma variedade de formas onde a linha ofensiva não pode
bloqueá-lo diretamente. O Miami parece ter o pessoal para, finalmente,
tornar-se mais criativo e mais perturbador na defesa. Usando um esquema
híbrido, a decisão de mover-se para cima no Draft e escolher Jordan assume uma
luz diferente. Os fãs podem esperar os resultados dessa mudança, que pode não apenas
calar os críticos, mas calar os ataques adversários também.
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