Dois Quarterbacks e nenhuma qualidade excepcional... |
Toda grande equipe começa... bom, no futebol aqui nosso seria o Goleiro, mas no dos EUA é o Quarterback. Até porque são pouquíssimos times que venceram um Super Bowl com QBs medianos, como é o nosso caso atual. Acho que até o mais empedernido defensor de Ryan Tannehill acredite que ele um dia vá ser mais do que é agora: um QB comum, incapaz de conseguir vencer partidas sem possuir uma OL espetacular, um jogo corrido estupendo, receivers capazes de corrigirem passes desastrosos e uma defesa que seja apenas a melhor da História. Assim, com tudo isso, até mesmo eu poderia vencer um SB. Exagero é claro, mas foi assim que um Trent Dilfer conseguiu ter um anel de campeão com o Ravens em 2001, só para citar um exemplo real.
O Miami teve estabilidade na posição entre 1968 e 1999 ( 32 temporadas ) com duas lendas do esportes ( ambos Hall of Fame em suas primeiras temporadas de elegibilidade ): Bob Griese e Dan Marino. Depois disso, só tivemos decepções. Algumas maiores, outras piores. Mas neste mesmo período, fora os dois citados, só um Quarterback foi escolhido no primeiro round. Sim, foi ele mesmo. Tivemos vários escolhidos no segundo round ( John Beck, Chad Henne, Pat White ) e outros vieram via Free Agency e até com trades. Nenhum, fora Tannehill, sobreviveu como Starter por mais do que 3 anos, a maioria nem mesmo permaneceu uma inteira. Somente Browns e Raiders tiveram mais Quarterbacks Starters desde 2000 do que o Miami. E, se querem saber, ainda não temos.
Nesta off-season o Miami Dolphins resolveu - sabe-se lá porque - estender o contrato de Ryan Tannehill até 2020 ( e isso depois de ter exercido a opção da quinta temporada prevista no contrato de rookie ) num contrato de 96 milhões de dólares, com assombrosos 41 milhões garantidos. Insanidade total e que nos impede de cortá-lo ou trocá-lo. Em tempo, um resumo da carreira de Tannehill, em números:
Faltam 4 partidas para o fim da temporada: o Monday Night na segunda contra o Giants, uma viagem à costa lesta para encarar o Charges e depois duas partidas no Sun Life contra Colts e Patriots. Os números dele falam por si: a temporada é um fiasco. Alguns podem apontar que ele tem tudo para terminar o ano melhor do que em 2014 ( 27/12 e mais de 4 mil jardas ). 900 jardas em quatro partidas ( mesmo sendo contra time mais fortes ) não é um absurdo e lançar 7 Tds em 4 partidas é algo que ele pode bem conseguir, mas... isso realmente seria jogar melhor do que em 2014? Ele tem, até agora, 10 TDs em Garbage Time, quando a partida está perdida e o adversário resolve tirar o pé, 3 deles só contra o Jets. E se ele tem chances reais de superar sua marca em TDs é preciso salientar que também o deverá fazer nas interceptações, pois tem 11 e o recorde dele são 17. Portanto... e tudo isso após receber o mega contrato pelo qual jamais fez por merecer...
Já Matt Moore é o cara que tem o melhor emprego possível para um Quarterback não Starter: sabe que JAMAIS vai entrar em campo ( exceto se Tannehill se machucar ) e ainda tem um belíssimo contrato ( 5,5 milhões ). Eu nem sei porque o Miami o mantém e não um novato que pudesse ser desenvolvido. Ou melhor, eu sei... fazem isso para que se corra nenhum risco de que Tannehill vá para o banco. Lamentável essa postura, mas é a realidade. Que esperamos que mude...
Teremos um novo Coach ( e obviamente um novo Coordenador Ofensivo ) o ano que vem e estes costumam querer seus próprios QBs. Infelizmente o que vier a assinar com o Miami terá que manter Tannehill no elenco, porque simplesmente é impossível cortá-lo ou trocá-lo antes da Free Agency de 2018 ( talvez nem lá seja possível trocar, apenas cortar ). Sendo assim eu espero que o time drafte um QB ano que vem. E não, eu não espero que façam isso nas primeiras rodadas e sim nos rounds finais. Alguém que possa fazer sombra a Tannehill, que tenha ambição e aspirações. Se não barrar Tannehill, ainda assim será mais útil ( e barato ) do que manter Matt Moore como backup. Caso mostre-se parecido com Ryan Tannehill poderá nos render picks de drafts em trade. E se for melhor... bom, ai seria só alegria.
Em todo caso uma coisa é certa: Tannehill será o Starter em 2016. E isso já é uma péssima notícia para quem esperar por dias melhores. Que custam a chegar em Miami...
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